Também sob a jurisdição da ARA-Centro, IP, a barragem da Chicamba está construída no rio Revué, principal afluente da margem esquerda do rio Búzi, numa garganta de afloramentos quartzíticos conhecida por Chicamba Real, na província de Manica, a poente da cidade do Chimoio.
A obra visa, presentemente, a regularização interanual dos caudais do rio Revué, a produção de energia hidroeléctrica e o abastecimento de água às cidades de Chimoio e de Manica e à vila de Gondola.
Para a produção energética tem instalada uma potência total de 38 MW, numa central no pé de jusante, na margem esquerda, dotada de 2 grupos geradores. A barragem é constituída por duas abóbadas. A abóbada principal, localizada no vale do antigo leito do rio, tem 75 m de altura, é formada por arcos parabólicos e tem o coroamento à cota 625,0 m. A abóbada secundária, que fecha a portela da margem direita, tem 45 m de altura, é definida por arcos circulares e o coroamento situa-se à cota 625,5 m. As duas abóbadas estão ligadas entre si por um encontro artificial em betão, que se apoia no esporão quartzítico de jusante, tendo cerca de 25 m de altura máxima do lado de montante (Xerez et al, 1958; SHER, 1959).
A barragem apresenta a particularidade de ter sido construída em duas fases. Na primeira fase, levada o efeito entre 1956 e 1959, a abóbada principal atingiu uma altura máxima de cerca de 60 m. O alteamento da barragem, para os actuais 75 m de altura, iniciou-se em 1968 e terminou no final de 1969.
A sua albufeira tem uma capacidade útil de cerca de 1.526km3 e uma capacidade total de 2km3, e os seus orgãos de segurança e descarga têm uma capacidade total de descarga de 1720 m3/s.